quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Diário de um Nicolino

Diário de um Nicolino, José Pedro Faria
Sábado,
29 de Novembro de 2008

Ainda o relógio marcava as 6h15 da madrugada quando dei um salto da cama e pensei: “É hoje!”. Preparei-me e segui caminho para o local marcado. Eram 7h da manhã e dota a gente estava lá. Nunca fez tanto frio e chuva como naquela manhã! Dirigimo-nos para onde o pinheiro se encontrava e já lá estavam os lavradores a tratar dele. Assistimos ao corte e de seguida fomos tomar o pequeno almoço. Ao final da manhã eu fiquei encarregue de, munido de caixa e baquetas, estar presente num infantário para ajudar uma educadora a contar a história das Nicolinas aos miúdos, acompanhando-a com alguns toques nicolinos.
Ficamos de estar todos no campo de S. Mamede às 14h. Alguém tem que tomar conta do pinheiro que entretanto tinha sido dirigido para lá. E quem melhor e mais capacitado que a própria comissão! Organizamo-nos por por turnos para poder ir almoçar enquanto os outros tomavam conta do pinheiro. Foi uma das tardes mais longas da minha vida. Muita gente passa pelo local para felicitar a comissão e acima de tudo dar conselhos para aquela noite que se aproximava. Sábado à noite, toda a gente iria participar ou assistir ao cortejo com muita mais abundância, chovia tal como de manhã, e a frase martelava nas nossas cabeças: “Logo à noite estamos tramados!”. Não sou católico e por momentos acreditei que milagres aconteciam, uma vez que chegou a hora, lançaram-se os foguetes assinalando o início do cortejo, e a chuva parava!
Este ano foi assumida uma nova estratégia para a organização do cortejo e tudo correu às mil maravilhas. Este saiu a horas e chegou ao destino antes do esperado. Procedeu-se, então, ao enterro do pinheiro com o auxílio de uma máquina retro-escavadora. É o momento de maior ansiedade de todos, mas uma vez enterrado o pinheiro, um membro da Comissão de Festas Nicolinas atinge o seu nível máximo de emoção. É o culminar de dois meses de esforço, trabalho, dedicação. É a concretização de um sonho pelo qual lutamos durante este referido tempo. É uma sensação inexplicável. Abstrais-te de todo aquele barulho ensurdecedor, e encontras-te num silêncio enorme olhando para o pinheiro e pensando: “Consegui!”. Depois de acabar, tudo o que pensámos é uma boa cama porque foi o dia mais exaustivo das Nicolinas.

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